Acabo de passar duas horas de olhos pregados no filme Tropa de Elite. Forte. Impressionante. Revelador. Quase sem hiato, ligo a televisão na Sic Notícias para ouvir as últimas do sequestro no Banco Espírito Santo, em Campolide. E, ao ouvir essas mesmas últimas, creio continuar no mundo da ficção. Tropa de Elite, take II. Tiros, mortos, polícia, assaltos, sequestro. Só o cenário mudara: já não estava na favela, no Rio de Janeiro, mas numa zona nobre, essa sim de elite, da capital.
Por momentos, também pensei ter-me enganado no botão e ido parar ao gravador do MEO (passe a publicidade, mas não conheço outra maneira de lhe chamar…) na série "The Nine" (ABC), que acompanhara meses antes na RTP2. Em vários episódios, contava-se a história de nove pessoas feitas reféns, na sequência de um assalto a um banco. Em Campolide eram seis. E uma saiu rapidamente defendida por um ataque de pânico – tal e qual a primeira deixada sair na ficção. Por cá, a polícia matou um, feriu gravemente outro. Na série, os assaltantes limparam o sebo a dois. Nesta noite lisboeta de Agosto, o filme só acabou quando a polícia irrompeu porta adentro. O mesmo se passou naqueles Estados Unidos.
A gerente do banco tinha 33 anos. Marido e filhos. Era tão real, e tão pouco ficção que, quando saiu – depois de oito horas de sequestro (52 para The Nine) e uma pistola apontada à cabeça – pediu apenas a sua casa. Descanso. Foi aí que aterrei na minha própria realidade. Na realidade de todos nós. No arame instável em que nos equilibramos a cada minuto. Ao mínimo deslize… zás. Carpe diem, já dizia o outro.
1 comentário:
Tens razão, o melhor é aproveitar a vida da melhor forma possível.
Mónica
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