ou como João Gante resumiu criativamente a primeira sessão
Hotel Ipiranga. Sétimo andar, quarto 766, Reunião dos AA. Um grupo de almas tristes, o seu choro o mesmo som de gargalo que as garrafas do seu vício faziam quando as viravam de uma só vez.
Era ali que eu devia estar. A curar-me… A garantir que esta semana não perguntavam à minha esposa porque pusera tanta base por baixo do olho direito. E vez disso, dois privativos ou primitivos ou criativos falavam… e Svetlana despia-se, dançando. Poucos olhavam, para meu duplo espanto… como fitar outra coisa que não a dança silenciosa de Svetlana em volta do varão no centro da sala. A sua única música eram as duas vozes que matraqueavam, o tom humorístico em contraste bizarro com a seriedade que Svetlana me impunha… Eu nunca teria aqueles cabelos pretos, aqueles olhos azuis, que pareciam janelas transparentes mostrando o Tejo.
Svetlana tirou tudo. Eu olhei para os bêbados no Ipiranga, do outro lado da rua. Era ali que eu devia estar. Mas, no hotel em frente, eu tocava os seios de Svetlana.
João Gante
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