um pequeno conto de Pedro Alves
São 9h28 da manhã. Vasco dorme entusiasmado com o sonho que o acompanha desde o instante em que adormeceu. Ele conheceu, durante o seu sono, uma bela e ninfomaníaca modelo brasileira. Sheila tem 19 anos, é loira, tem seios milagrosamente grandes e um enorme sonho de se tornar modelo profissional. Vasco está animado com a ideia de passar a noite de braços dados com um sonho erótico mas, subconscientemente, pensa na sua Luísa, companheira de 8 anos de casamento - que dorme a seu lado sem imaginar o devaneio em que está Vasco (tendo Sheila a dizer-lhe as coisas mais sórdidas ao ouvido).
Ele quer, quer muito, sonhar com a modelo brasileira a fazer-lhe coisas que Luísa sempre se recusou a fazer mas tem medo, mesmo que tudo não passe de uma boa noite de sono, de se sentir culpado pelo desejo quase repugnante de ter Sheila nos seus braços e de lhe tocar como um dia já tocara na sua mulher, antes das dores de cabeça rotineiras de Luísa. Mas Sheila insiste, diz que é só um sonho e que depois disto nunca mais se voltarão a ver.
Vasco, por fim, cede – mas só depois de Sheila lhe propor uma sessão a três com a irmã Bia.
Já estão num quarto de hotel e a única memória que Vasco tem da sua mulher é um longo e carinhoso ressonar com que esta o presenteia ao seu lado, na cama de ambos.
Bia faz as honras e tira a parte de cima do bikini já por si muito reduzido. Sheila vai-se despindo enquanto a irmã, um ano mais nova e com aquilo que parece ser uma tatuagem a dizer Claudiomiro, despe Vasco por completo. Estão ali os três, nus e com um desejo enorme de tornar os desejos mais pecaminosos de Vasco numa “realidade” que o vai fazer corar de vergonha ao pé de Luísa, quando ambos acordarem. Sheila e Bia avançam, um beijo aqui, um beijo ali, o clima aquece, estão os três entusiasmados com a ideia de o estarem a fazer às escondidas, sem a hipótese de ninguém vir a saber o que naquele quarto de hotel se passou. Sheila está por cima, Bia está por baixo, existem algemas à mistura e até uma taça de morangos com chantilly, e é no meio de tudo isto que…
Luísa – Amor, acorda, telefone para ti!
O que falta dizer desta história é que aquele comunicador da TV Cabo nunca mais foi o mesmo depois da quantidade de insultos que ouviu da boca de Vasco.
1 comentário:
Também o insultei...
Mónica
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